"Não interprete-me mal."
Essa era a única coisa em que pensava ao iniciar meus textos.
No entanto, dei-me conta que não importo-me mais com isso.
Leia e formule sua opinião, pois a minha mantenho firme:
não permitirei que minhas palavras se calem, jamais.
SEJA BEM VINDO(a)!

sábado, 21 de maio de 2011

Dominada pelo medo

"Quando me entrego, me atiro. Mas quando recuo, não volto mais. " (Clarice Lispector)
Essa era a frase que verdadeiramente a definia. Cada palavra parecia agarrar-se ao seu eu que em momento algum poderia se desprender. E constantemente se perguntara se Clarice sentira tudo que ela sentiu um dia ou se era apenas uma simples obra do acaso. Quebrando toda firme ideia que nela havia sobre coincidências. Gabriela, esse era seu nome. Mas poucos assim a chamavam, preferiam Gabi. Uma menina repleta de sonhos e vontades, recheada de impulsos muitas vezes ousados demais. Carinhosa. Apaixonada pelos dias, pela vida e também por um garoto: Eduardo. O qual mesmo sem nada haver – além dos seus sentimentos, a fazia entrar e permanecer muitas vezes em um universo onde ela se sentia segura, firme e mais ainda... feliz. Na infância se conheceram, mas o destino os separou. Cada um em um lugar distinto. Nos reencontros, somente conversas breves, olhares vagos e sorrisos inibidos. Para ela, todas essas simples coisas era muito. O bastante pra o seu dia normal tornar-se em um dia sonhador/especial onde ela imaginava seus dias juntos aos dele.
          O tempo passou, muita coisa mudou. Ambos amadureceram e acabaram que em um desses reencontros a conversa rendeu. Um, dois, três pedidos para sair apareceram e por fim, se beijaram. E continuaram a se encontrar, por um breve tempo, que para ela cada minuto com ele custava a passar. Como sempre, ele se fora mais uma vez. Deixando-a com a enorme saudade. E foram assim por algumas vezes. E a cada reencontro, sua fértil imaginação, seus puros e sinceros sentimentos pareciam uma progressão geométrica. Com uma intensidade anormal, capaz de romper e encarar toda e qualquer situação que por ventura viera a aparecer. Só que todo esse reboliço emocional só ocorria com Gabi. Só em seu mundo tudo era perfeito. Até que em uma manhã acordou decidida a empenhar-se a esquecer tudo relacionado ao Eduardo. Foi difícil, doeu. Doeu muito, demais. Fazendo-a chorar por dias e dias. Com o passar dos meses, não acabou mas quietou todos os sonhos que um dia tivera.
Dois anos depois, Eduardo volta mais lindo, mais encantador, provocante, fazendo que com todas as armas de proteção da tão ‘forte’ Gabriela se perdesse no vento. A tentação mais forte os uniu novamente. Só que ela não imaginava que dessa vez a situação tinha se invertido. Ele que havia se apaixonado, fazendo-a juras de amor nas quais ela custava à acreditar. Ela não estava disposta a sofrer e encarar mais uma vez a ausência do amado. E por insegurança, não conseguia acreditar em uma só palavra dita por ele. Talvez até acreditasse, mas o medo gritava aos berros em seu coração. Dessa vez, Gabi que abriu mão. Culpando-se infinitamente por não ter permitido vivenciar um amor tão sublime. Que fora necessário a distancia para que um simples sentimento florescesse no coração do Edu. Ele se fora, e nunca mais deu noticias. Aumentando mais ainda o sofrimento.
Será que às vezes não agimos feitos a Gabi? Será que em muitas situações nos fechamos para ser feliz? Não sou a pessoa mais indicada para conselhos do tipo, aliás, também me deparo algumas vezes com experiências parecidas com a dela – não somente de amor, mas em outras circunstancias também. Fica a reflexão: será que vale a pena deixar o medo decidir por nós?
Emanuely Guedes

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